ULISSES NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Estreou no teatro do Instituto Histórico e Geográfico em 25 de agosto de 2016, Porto Alegre. Anteriormente, uma outra versão do texto foi encenada na Semana Zanotta.

Nero, um velho maluco, entra no apartamento de um ex-professor de literatura viciado em drogas, que diz chamar se Ulisses. O suposto Ulisses vendeu tudo o que tinha para sustentar o vício. Sobrou a máquina de escrever, na qual datilografa seus textos. Os dois viajam através da noite, num delírio comum. Ulisses tenta escrever a história de Ana Lúcia, aluna sua que se tornou viciada e traficante.

A noite avança e o desespero também. Ulisses sai para telefonar do orelhão. Nero, doido, desdobra-se em duas personalidades. Ulisses volta, estarrecido. Trocou sua máquina de escrever, tudo o que lhe restava, por uma pedra de crack.

A música de Vagner Cunha foi fundamental para a construção dos personagens, que perderam o que tinha me não podem mais recuperar. Os núcleos de tensões e êxtases foram elevados aos seus pontos máximos elevando o drama daqueles que compreendem que não tem presente.

A pintura cênica de Gelson Radaelli transformou em luxo o palco cheio de lixo. Seus golpes tornaram-se cúmplices do obscuro: pinceladas de vassoura, tinta saltando nas paredes, fúria criativa explodindo, raios pintando sulcos.