Obras de Ficção

Ninfa Dragão (Livro)

A Ninfa Dragão

‘‘UMA MARAVILHA CIENTÍFICA’’
Novela de ficção distópica e alegórica, A Ninfa Dragão transita por territórios marginais da escrita, distantes dos cânones, das academias e das bulas literárias. O autor usa palavras extraídas de outras ciências, vocábulos da física, da matemática avançada, da astronomia, da genética. Eliminou sinais gramaticais, pontos ou vírgulas, construindo a narrativa a partir de blocos de palavras extravagantes. Zanotta deixou-se levar pela sonoridade, alcançado um significado metacientífico.

Norton, um ser minúsculo, cruza o universo numa viagem sem precedentes, atravessando massas gravitacionais mutantes, redemoinhos de matéria agonizante, enxames de galáxias colidindo. Penetra na atmosfera da Terra e seu impacto com o solo, na Amazônia, abre uma cratera gigantesca. Dez mil anos depois é encontrado por um cientista especialista em biotecnologia e enviado para o Instituto Jacutinga, em Cubatão, São Paulo.

O Instituto Jacutinga é um centro científico de reputação internacional devido aos produtos piratas que usa e às experiências genéticas bizarras que realiza. Nos seus laboratórios indivíduos de espécies incompatíveis copulam, câmaras frigoríficas conservam fósseis reativados, potes de segurança aprisionam bactérias rebeldes, gases provocam ausência de gravidade, órgãos humanos são produzidos em série, robôs nanométricos operam com inteligência artificial.

Norton é submetido a todo tipo de experiências científicas pelo Dr. Jurupitã Kirihara, ancião rejuvenescido com implantes genéticos que replicou vários artistas famosos. Quando jovem, sofreu altas doses de radiação ao contrabandear plutônio para usinas atômicas clandestinas.

Norton aprende a falar e a expressar emoções e gera pensamento impossível de ser sabotado. O Dr. Jurupitã Kirihara cria em laboratório a Ninfa Dragão, uma réplica humana projetada para satisfazer a demanda sexual da sociedade virtual interplanetária. É homem e mulher ao mesmo tempo.

Mas alguma coisa deu errada. A Ninfa Dragão nasce com 70 metros de altura, com duas bocas, dois narizes e um olho. Os seios estão no lugar certo, mas a vagina saiu onde estava o umbigo. O pênis surgiu no peito e parece uma gravata.

Norton penetra na Ninfa Dragão através da vagina para encontrar o código secreto que fará com que ela recupere sua forma original. É atacado por anticorpos, tricomonas malignos e bandos de fascíolas facínoras. Encontra o código escondido num grão de arroz. Acha que o lugar é o ideal para procriar, com abundante alimentação onde depositar suas larvas.

A Ninfa Dragão é abandonada pelos cientistas no lixão municipal de Cubatão. Com um simples suspiro ela fragmenta-se numa espiral ardente. Norton espalha sua descendência pela Cubatão futurista. Flutuará numa esfera azul vendo seus descendentes crescerem. Como um ser replicador, acompanhará com cuidado o crescimento da sua geração. A que substituirá os humanos na Terra.

FICHA TÉCNICA:
Texto: Julio Zanotta
Ilustrações: Pena Cabreira
Fotos: Claudio Etges
Projeto Gráfico: Scriptorium
Editora: Scriptorium
Lançamento: 27 de agosto de 2014 
Páginas: 104
CDD: 869.93
CDU: 821.134.3(81)-3

NA IMPRENSA

Escritores decretam: a literatura morreu

Zanotta usa palavras extraídas de outras ciências, como expressões da física, da matemática avançada, da astrologia e da genética. “Faço isso mais pela sonoridade, sem me preocupar com o significado”, conta o escritor. O livro, ilustrado por Pena Cabreira, é uma novela de metaficção científica, que conta com um extraterrestre minúsculo que penetra na atmosfera da Terra

Jornal do Comércio

27 de agosto de 2014
Por Priscila Pasko

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